
A produção industrial do Brasil
retomou os patamares pré-pandemia e eliminou todas as perdas provocadas pelo
isolamento social. É o que mostra a Pesquisa Industrial Mensal (PMI), divulgada
na manhã desta quarta-feira (04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, o setor teve alta de 2,6% em setembro, quando comparado a agosto. Essa é o quinto mês de crescimento seguido e veio acima da expectativa de economistas ouvidos pela Reuters, que estimavam alta de 2,2%.
Já
na comparação com setembro do no passado, a indústria teve um aumento de 3,4%,
interrompendo uma sequência de 10 quedas consecutivas nessa base de
análise.
Com
isso, o setor industrial recuou 7,2% no acumulado do ano. Já nos últimos 12
meses, a produção da indústria caiu 5,5%, indicando desaceleração na trajetória
de perdas iniciada em março.
“Com
o resultado de setembro, em conjunto com os avanços dos quatro meses
anteriores, a produção industrial superou em 0,2% o patamar pré-pandemia, em
fevereiro. Passados os meses de março e abril e com a flexibilização das
medidas de distanciamento social, o setor industrial foi recuperando, mês a
mês, aquele patamar”, diz o gerente da pesquisa, André Macedo.
A alta na produção industrial foi evidenciada em 22
dos 26 setores pesquisados pelo IBGE. Este também é o quinto mês seguido em que
os bens de consumo duráveis tiveram alta expressiva – puxados, principalmente,
pela indústria automobilística.
“Veículos
automotores, reboques e carrocerias avançaram 14,1%. Vale destacar que essa
atividade acumulou expansão de 1.042,6% em cinco meses consecutivos de
crescimento na produção, mas ainda assim se encontra 12,8% abaixo do patamar de
fevereiro”, diz Macedo.
Além
deles, máquinas e equipamentos, confecção de artigos de vestuário e artios para
viagem e calçados também apresentaram altas pelo quinto mês seguido. Os
produtos alimentícios, minerais não-metálicos e metalurgia tiveram alta e
ajudaram a puxar a retomada do setor.
Em
contrapartida, apenas quatro atividades apresentaram redução na produção de
setembro, sendo elas as indústrias extrativas, cujo impacto negativo
interrompeu três resultados positivos consecutivos. As demais quedas
foram observadas em impressão e reprodução de gravações, produtos diversos e
outros produtos químicos.
“A
indústria extrativa teve um recuo em setembro, mas vinha de três meses de
crescimento na produção. Ou seja, ela interrompe o comportamento positivo, mas
não elimina o saldo positivo dos últimos meses. Mesmo considerando a queda em
setembro, essa atividade está 5,7% acima do patamar anterior à pandemia”,
afirma o gerente da pesquisa.
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